sábado, 8 de agosto de 2009

Algumas impressões

Após longo período do blog às moscas, finalmente surgiu um lampejo de criatividade para escrever um pouco sobre estas máquinas que tanto me fascinam. Não é bem um lampejo de criatividade, apenas gostaria de compartilhar algumas experiências pelas quais passei nas últimas semanas com alguns carros comuns de se ver no trânsito do dia-a-dia, mas que até então eu nunca havia dirigido.

Em primeiro, a Fiat. Pude dirigir um Uno Fire, 1.0, ar condicionado, direção mecânica, e um Fiat Palio Fire, 1.0, direção hidráulica, ar condicionado, carros de frota. Já havia dirigido Palios da primeira geração apenas, nunca nenhum desses novos; Unos, nunca, de nenhuma geração. Confesso, tenho um certo receio com Fiat, do mesmo jeito que tinha com a Ford, mas minhas experiências nessas semanas só confirmaram os meus sentimentos: eu nunca teria um Fiat. Ambos possuem qualidades, não vou negligenciá-las: são extremamente econômicos, o Uno em especial além de ser econômico apresenta um bom espaço interno; o design do Palio é muito bonito, muito melhor do que a geração de faróis quadrados, que antecede a atual. E só. Talvez eu esteja sendo muito radical, mas algumas características não me agradam. Em primeiro lugar a ergonomia, pior no Palio. O sistema de avanço-recuo do banco é simplesmente sofrível: ao mesmo tempo que avança, levanta. Como resultado, suas pernas acabam ficando em um ângulo desconfortável para acionar os pedais de comando, como se você dirigisse do sofá da sala. Comandos, por sua vez, apresentam-se em posição adequada, volante alinhado (diferentemente do meu carro). Motorização adequada, embora o Uno tenha demonstrado mais eficiência, além de grande economia. Rolagem de carroceria exagerada, em parte devido ao CG elevado e uso de molas voltadas ao conforto. Típicos carros de frota: desconfortáveis ao ponto de não te deixarem cochilar na estrada, econômicos e de manutenção barata.

Em segundo, dedico algumas palavras ao Gol geração V, ou Gol NF. Sou um pouco fresco para carros e marcas, como alguns já perceberam, e nunca fui um apreciador do Gol: as únicas versões que me agradavam era o 'quadrado' GTS, o 'bolinha' GTI (com a bolha no capô, acredito que uma solução de engenharia, para que coubesse o comando 16V mas que tornou um diferencial do carro, um charme único) e só. Ao dirigir o Gol de gerações antigas, percebi uma enorme característica lift/dive, ou seja, afundar em curvas e levantar em acelerações. Como vantagens, tem-se os buracos e valetas, que inexistem para ele. Como desvantagens, bom, eu particularmente não gosto deste tipo de característica, pois é um tanto desconfortável; transmite a impressão de molas cansadas e amortecedores sem carga. Enfim, prós e contras, como tudo na vida. Surpresa a minha que tal característica (felizmente) foi abolida do novo Gol. E é novo mesmo, pois possui diversos elementos da plataforma do Polo, um senhor carro (na verdade, a metade dianteira do Gol é um Polo). Prefiro não comentar design, por ser algo um tanto subjetivo, mas em minha opinião de Engenheiro frio e analista, considero o melhor de todos os Gols já lançados, sendo páreo para o inovador Gol 'quadrado' da década de 80/90. Em termos de dirigibilidade, a suspensão evoluiu bastante, rolagem de carroceria adequada, tendência de understeer quando provocado, posição de dirigir adequada, assento baixo, o que me agradou bastante, mas pode não agradar pessoas (mais) baixas e talvez mulheres. O único senão deu-se ao fato de o motor permanecer em giro elevado durante as trocas de marcha, como se a inércia do volante fosse inadequada, ou a injeção mantivesse a rotação do motor elevada. Além disso, o carro apresentava um tranco nas trocas de marcha, ao se acelerar forte, como se ele ficasse na dúvida de sua intenção em realmente acelerar; talvez um ajuste no acelerador eletrônico, talvez uma característica daquele carro em especial, mas um colega também reclamou disto. No mais, um veículo novo, racional, de design atraente, mas sem despertar fortes emoções.

Ainda preciso comentar de mais uma experiência, mas esta merece um post exclusivo. Agora preciso dirigir meu carro com volante torto, mas que não substituiria pelos citados acima.