quinta-feira, 14 de maio de 2009

4x2, 4x4, AWD...

Freqüentemente somos bombardeados por termos como 4x2, 4x4 e all-wheel drive. Mas o que quer dizer isso? São termos que relacionam o tipo de tração que aquele veículo possui. De uma maneira simplificada: o combustível queima na câmara de combustão do motor; isso se traduz em transformação da energia química em energia mecânica, produzindo torque e fazendo a árvore de manivelas girar; o câmbio, acoplado ao motor, faz com que ora seja aproveitada força, ora velocidade, dependendo da marcha que estiver selecionada. E isto deve ser transmitido às rodas, de alguma maneira.

4x2
Representa o tipo de tração mais comum encontrada nos veículos de passeio. Apenas um eixo é o eixo trativo, normalmente o dianteiro. A maioria dos carros atuais conta com a configuração motor-tração dianteiros, o que significa que após a transmissão, a tração é transmitida às rodas dianteiras. E a maneira mais comum que isso é feito é por juntas homocinéticas e semi-eixos. Existem também os casos motor-tração traseiros, como o Fusca e Brasília; e os casos motor-dianteiro tração-traseira, como o Chevette e Opala.



















4x4 e AWD
O termo 4x4 representa o veíc
ulo que produz força trativa nas quatro rodas. Este é por padrão um veículo 4x2 com opção de tração nas quatro rodas, como em algumas pick-ups e SUV’s, como a S10. Ou seja, a opção de tração nas quatro rodas depende do motorista; este tipo de sistema pode ser usado somente em pisos escorregadios ou para passar por determinadas situações pois, uma vez que o acionamento faz com que o transfer case seja travado, os dois eixos girarão com a mesma velocidade e o torque será dividido igualmente entre os eixos; como a velocidade será a mesma, em caso de curva as rodas internas e externas irão girar com a mesma velocidade, provocando desgaste dos pneus ou mesmo do driveline, razão pela qual não é recomendado o uso do 4x4 no dia-a-dia. Como o torque distribuído nos eixos é igual, se uma roda de um eixo passar por uma poça de água ou areia, por exemplo, fazendo com que o atrito entre o pneu e o solo caia, ela pode girar em falso fazendo com que a outra roda não receba torque, e fique parada devido à concepção do diferencial. Isso pode ser corrigido com diferenciais auto-blocantes, que dividem o torque igualmente entre as duas rodas.

Ainda existem veículos que contam com uma reduzida, que quando acionada permite
uma grande multiplicação do torque do motor, fazendo com que o veículo ultrapasse trechos íngremes e escorregadios com relativa facilidade. Entretanto, a velocidade atingida é extremamente baixa.

Presença do transfer case: responsável pela distribuição do torque nos dois eixos, conforme acionamento do motorista
Já no caso do AWD, o acionamento da tração independe do motorista: o próprio veículo balanceia e distribui a força trativa ente os eixos. Desta maneira, ele é 100% do tempo um veículo que traciona nas 4 rodas. E isso pode ser feito através de sistemas complexos, com acionamentos viscosos, embreagens ou o sistema Torsen (torque sensing).

Este último em especial foi utilizado pela Audi em seus veículos de rally; o sistema Quattro da Audi (foto) e 4motion da VW utilizam o Torsen central, distribuindo o torque entre os dois eixos, mas diversos outros veículos também o utilizam no eixo traseiro, eixo dianteiro, ambos, enfim, em diversas combinações. Em termos de diferencial, é o estado da arte que pode ser encontrado atualmente. Como desvantagens pesam o valor elevado e o fato de que a roda deve manter contato com o solo; ele apenas bloqueia o torque em determinada proporção; se uma roda (ou eixo, caso diferencial central) perder contato com o solo, a outra invariavelmente também perderá.

6 comentários:

  1. Muito bom, gostei das informações.
    Parabéns pelo site.

    ResponderExcluir
  2. muito bom o site e explicativo

    ResponderExcluir
  3. Gostei bastante, ótima explicação.

    ResponderExcluir
  4. Excelente explicação!!! Até eu que não manjo nada de mecânica consegui entender bem... rsrsrs

    ResponderExcluir