terça-feira, 12 de maio de 2009

A americanização do brasileiro

A indústria automobilística brasileira sempre lançou modelos baseados em veículos europeus. Dizia-se que o gosto do brasileiro se assemelhava ao europeu, e que as grandes ‘barcas’ americanas não faziam o nosso tipo. Tínhamos o Chevette, depois o Kadett, Monza, Fiesta, Ka, enfim, diversos modelos que eram baseados (ou iguais) a modelos europeus. Fiz questão de citar modelos de marcas americanas, pois esta filosofia era interna.


Nos últimos meses, no entanto, pode-se dizer que houve uma americanização do gosto do brasileiro. Modelos que até então não eram vistos com freqüência nas ruas passaram cada vez mais a ocupar o cenário urbano: grandes SUV’s e pickup’s além de sedans imponentes e também os chamados Crossovers, mistura de SUV com veículo de passeio. O grande início de tudo, acredito, foi com os SUV’s coreanos, como Hyundai Tucson e Veracruz (esse mais difícil de se achar), além do Kia Sportage, e o nipônico Honda CRV. Um nicho de mercado até então não explorado e de futuro incerto. A história não foi bem assim, no entanto. O número de vendas destes veículos cresceu e, como a 3ª lei de Newton prega, a reação foi a redução de outras fatias do mercado.


O que as demais montadoras fizeram em relação a essa invasão de SUV’s orientais? Bom, a GM trouxe o espetacular Captiva no final do ano passado, com seu V6 de 261 cv e 330 Nm de torque, mesmo do Omega, e mais recentemente o equipou com o motor Ecotec de alumínio, com 171 cv. A Ford por sua vez, trouxe o Edge, também bastante recheado de equipamentos, com seu V6 de 269 cv e tração All Wheel Drive.


No ramo dos sedans, destacam-se o novo Fusion (espetacular), além dos já tradicionais Omega, Camry e Accord. Nada tão representativo quanto o boom de SUV’s e Crossovers, mas já demonstra que o consumidor não se contenta mais com um veículo mediano, principalmente o que possui dinheiro e (algum) conhecimento sobre o tema. Bom para nós, que poderemos ter veículos realmente empolgantes e que transforme a condução em algo mais prazeroso.


Pois é, enquanto as enormes barcas encalham nas concessionárias norte-americanas, devido ao consumo elevado ou à nova moda de green cars que está tão em voga, o brasileiro dá os primeiros passos rumo aos grandalhões e ecologicamente incorretos.

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